Conforme foi explicado nos textos anteriores, na ansiedade há uma ativação do nosso sistema de alerta. Assim, estamos sempre pensando e tentando nos preparar para um possível desfecho negativo. Isso acaba nos deixando o tempo todo tensionados, irritados, desatentos, com dificuldades de relaxar e dormir, levando a fadiga.
Na ansiedade essa apreensão e preocupação excessivas com diversas coisas e atividades da nossa rotina precisam acontecer na maioria dos dias e durar mais do que 6 meses. Exemplo: Preocupação excessiva com desempenho no trabalho, relação familiar…
Ficamos sempre com uma expectativa apreensiva do futuro, aquele famoso “E se…” Imaginamos que a qualquer momento algo ruim pode acontecer, mesmo que isso seja pouco provável. Nós aumentamos o nível do problema e já começamos a nos preparar para ele como uma realidade.
Com isso estaremos sempre fazendo escolhas com intuito de nos esquivarmos do perigo que imaginamos. A sensação é como se estivéssemos vivendo num filme de suspense onde a qualquer momento algo terrível pode acontecer.
Algumas vezes teremos consciência de que nossa preocupação é excessiva, mas ainda assim não conseguimos contê-la.
A procrastinação costuma ser uma reclamação frequente de pessoas ansiosas. Isso acontece porque passamos tanto tempo pensando, programando, imaginando todas as coisas que precisamos fazer para evitar um resultado ruim que acabamos não fazendo o que precisamos.
Exemplo: “Vou começar a estudar. Nesta prova vai cair o cap. 1, mas e se cair o 2? Tá, vou me organizar para fazer os dois. Mas e se cair outros artigos. Bom, então é melhor eu já ir pesquisando as referências para estar preparado. Acho que preciso imprimir…” Ficamos o dia todo nos preparando e não fizemos o que realmente precisávamos, estudar o capítulo 1.
Os sintomas mais comuns na ansiedade acontecem da seguinte maneira:
Existe uma uma autocobrança exagerada, onde a pessoa se exige a nível de um certo perfeccionismo. Por isso imagina cenários catastróficos para tentar evitá-los ao máximo.
Isso gera muito medo de errar, de que as coisas saiam de seu controle, de não dar conta.
Caso algo dê errado, sente muita culpa, como se fosse a pior pessoa do mundo.
Tentando evitar tal culpa, ficará ainda mais preocupada, apreensiva e irritada com facilidade.
Pensar tanto no “e se” nos tira do momento presente, ocasionando numa dificuldade de concentração e desatenção.
É óbvio que pensar tanto gasta muita energia, assim ficamos cansados mesmo sem fazer nada fisicamente.
Por último, o resultado de um dia tão exaustivo mentalmente e com tantos pensamentos negativos só poderia ocasionar numa insônia. Deita na cama, mas o cérebro não para.
Esse ciclo irá se repetir, não numa ordem específica como a descrita acima, mas geralmente gerando esses sentimentos: medo, apreensão, preocupação, culpa...
Como qualquer ser vivo, nós tendemos a evitar situações que gerem algum desconforto. Por isso começamos a evitar situações que gerem ansiedade, porém quanto mais evitamos tal situação mais iremos imaginar que ela será catastrófica e menos lidamos com a realidade.
Por isso a psicoterapia é ponto chave, visto que é a partir dela que você poderá desmistificar tais medos e aprender a lidar com o que é real. Você vai criando mais confiança em si e respeitando que você também pode errar, diminuindo sua autocobrança.
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